Na Zambujeira, o peixe e o marisco mais frescos são saboreados com vista para o mar. O SACAS 42 || A P E T EC E C ada refeição servida neste restaurante é um mergulho no mar e na história do povo que dele vive. Foi um antigo pescador, conhecido por Sacas, que abriu o restaurante, juntamente com a esposa Ana Maria Rainha, a que mais tarde se juntaria a filha Sílvia João. “Há muitos anos, O Sacas nasceu para dar apoio aos pescadores. Aqui comiam a sua ‘bucha’ (farnel) quando chegavam da faina e davam a conhecer uns aos outros o que o mar lhes tinha rendido no dia. Temos uma relação de amizade entre todos e muito respeito pelo seu trabalho árduo e por vezes arriscado”, conta Sílvia João. Situado no cimo de uma falésia, O Sacas tem uma localização privilegiada. “A vantagem de ter um restaurante à beira-mar é ter uma vista fantástica para o mar, um pôr-do-sol de cortar a respiração e peixe fresco todos os dias”, explica. Num sítio como este, o aroma da maresia e o sabor do mar infundem-se um no outro. O peixe e o marisco chegam directamente da lota da Zambujeira, situada a 100 metros do restaurante. A ementa da casa vai depender do que o mar oferecer aos pescadores em cada dia. Entre as opções, costuma haver peixes variados grelhados no carvão, feijoada de búzios, linguadinhos fritos com migas, polvo à pescador, filetes de peixe-aranha com migas, caldeirada de peixe, raia de coentrada, ensopado de safio e o fricassé de raia, feito apenas por encomenda. Quando se tem uma matéria-prima com tanta qualidade e frescura, por vezes o melhor a fazer é não lhe fazer quase nada. Sílvia João explica que, por exemplo, os percebes devem ser cozidos só com água e sal e que o mexilhão deve ser aberto ao natural, pois “assim sente-se o verdadeiro sabor a mar”. Peixes como robalo, sargo, linguado, salmonete e pregado devem ser grelhados no carvão só com sal – é “a melhor forma de lhes dar o devido valor”. Ainda assim, quem quiser pode temperar com alho, coentros, azeite e vinagre. Havendo rascasso, safio, bodião, raia ou abrótea, “nada melhor do que uma belíssima caldeirada”.
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